Na cidade as casas
tinham olhos
e vidros
e olhos de vidro
na alma das estátuas.
As cidades tinham estátuas
de pedra
e pessoas de pedra
nas praças e avenidas.
As ruas, todas divididas,
faziam as emoções
andar perdidas nas pessoas,
que eram estátuas
a fingir de gente.
Havia na cidade, permanentemente,
palavras luzindo
na noite,
sem recato.
Palavras vigilantes,
envergonhando as estrelas
por servirem de porteiras
sem contrato.
M.
1 comentário:
muito bonito , este poema que li em voz alta, para o ouvir melhor , nem todo o poema encontra espaço na voz , e tantos ficam cativos na escrita !
Abraço
_________ JRMARTO
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